terça-feira, 26 de agosto de 2008

Cabine de Prova interactiva


A típica etiqueta de código de barras, que se encontra presente em qualquer vulgar peça de roupa, tem os dias contados.
[22-08-2008] [ Paulo Julião, Diário de Notícias ]


"A ameaça é da nova tecnologia de rádio frequência que, de forma inteligente, consegue detectar, individualmente, cada artigo. Essa é uma das diversas utilidades do projecto português "Cabine de Prova interactiva" e que promete revolucionar a forma de trabalhar das grandes cadeias e lojas de retalho de roupa de todo o mundo."Esse é o desejo. Não há justificação para um projecto inovador como este ficar confinado a Portugal", reconheceu ao DN o investigador Ricardo Simões, um dos autores do protótipo, que surgiu do desafio lançado pela multinacional Retail à Universidade do Minho, de Braga.Durante mais de um ano, o projecto foi ganhando corpo e chega agora à versão final, permitindo a identificação remota de qualquer peça, aplicada ao retalho e utilizando tecnologia de rádio frequência. "Contrariamente ao que acontece com o vulgar código de barras, com este sistema não é preciso aparelho próprio de leitura, porque esse processo é assegurado pelas antenas, e cada artigo é gerido individualmente e não pela sua categoria", explicou o docente.Através de um sistema de antenas que se encontram espalhadas pelas lojas, associadas a uma pequena etiqueta na roupa - que inclui um microchip com a informação individual do produto e um pequeno emissor -, cabe à componente informática gerir toda a disponibilidade da loja. O contacto com o cliente é feito de forma personalizada, através de um ecrã sensível ao tacto.Com a peça de roupa na mão, é permitido ao cliente, de forma automática e sem a passar por qualquer tipo de leitor, seleccionar dezenas de derivações. "Pode pedir informações sobre a mesma peça mas noutra cor ou padrão, mas também solicitar outro tamanho ou verificar a disponibilidade numa outra loja", garante Ricardo Simões, investigador de 31 anos que, neste processo criativo liderou uma equipa composta ainda por dois designers e um elemento de electrónica.Para além da gestão praticamente autónoma do inventário, esta cabine de nova geração desenvolvida na Universidade do Minho vem revolucionar as necessidades do cliente que, através do ecrã táctil e interactivo, conseguem visualizar qualquer tipo de peça, mesmo em caso de ruptura de stock. "Sem sair da cabine, o cliente pode pedir umas calças ou uma camisa de cor ou número diferente daquele que levou para o interior, mas de forma autónoma sem intervenção humana. Essa é uma das vantagens do sistema", adiantam os responsáveis.Lançado o desafio, o objectivo destes criativos então passou por "repensar a experiência de compra de roupa em lojas" e ao mesmo tempo estudar, de forma integrada, os comportamentos dos clientes. "Sem individualizar, será possível compreender, por exemplo, se as pessoas compram logo o primeiro modelo em que pegam ou se, pelo contrário, demoram mais tempo na escolha. Entre muitos outros aspectos", afirma o investigador principal.Através do sistema de rádio frequência, que está na base de todo este protótipo, deixa assim de ser necessário o contacto visual entre o produto e o detector. Ou seja, numa caixa com, por exemplo, 200 peças de roupa, identificadas com as etiquetas individuais e todas com características diferentes, estas são contabilizadas uma a uma. "E sem as tirar da caixa, o que representa uma melhoria em termos de gestão e eficiência da loja", acrescenta o investigador Ricardo Simões.Um protótipo que agora está disponível para instalação em lojas de roupa de todo o mundo, através da janela aberta pelo desafio da multinacional Retail aos investigadores portugueses."aicep

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